segunda-feira, 20 de maio de 2013

A luta contra o monopólio da comunicação no Uruguai: luta antiga das Rádios Comunitárias se concretizando a cada dia


Assim, como aqui no Brasil (e demais países da América Latina), o vizinho Uruguai também sofre com o domínio da comunicação Audiovisual por um monopólio de empresas que se apoderaram da concessão pública de transmissão (sim, a Rede Globo embolsa dinheiro público para transmitir porcarias tipo o Big Brother) em nome de seus interesses financeiros. 
Porém, essa farra monopolista no país vizinho está prestes a acabar com um projeto de Lei sobre os meios de comunicação com o objetivo de tornar mais democrático e plural o acesso das pessoas ao direito de difundir informações e se expressar sem uma concorrência criminosa de empresas que tem o único objetivo de massificar opiniões, e claro, lucrar muito com isso defendendo as políticas de seus interesses. Esse projeto de Lei Beneficiará diretamente as Rádios comunitárias (e essa conquista é fruto direto da luta dos movimentos das rádios comunitárias do Uruguai nas ruas). As dificuldades em se obter outorgas de operação é um dos principais problemas enfrentados pelas Rádios comunitárias, cujas atividades, são covardemente criminalizadas e rotuladas como “piratas”. Essa situação causa uma repressão sistemáticas de órgãos governamentais como ANATEL que acabam funcionando como cães de guarda do monopólio dos conglomerados, pois, não fiscalizam essas instituições privadas com a mesma atenção que fazem com as Rádios Comunitárias (O grupo Bandeirantes, por exemplo, operou por grande tempo com a outorga de funcionamento vencida, se ainda não opera). O mais ridículo dessa história, é que o direito à informação e a expressão são garantidos (ou deveria ser) pelo artigo 220 da nossa Constituição Federal. Dessa forma, reprimir uma Rádio Comunitária que informa e expressa os valores de uma comunidade seria algo inconstitucional. Mas sabemos que na política de Estado na América Latina, em geral, o que se escreve não se fala (um pequeno trocadilho) e muito menos se coloca em prática. Sempre que as minorias privilegiadas se sentiram ameaçadas recorreram a qualquer meio para se preservar no poder (a História das ditaduras Latino-Americanas no século XX está aí para não deixar dúvidas). Dessa forma, podemos esperar uma reação desesperada desses setores da sociedade Uruguaia, em breve, tentando sufocar mais uma conquista das lutas populares. 
Se um projeto de Lei dessa envergadura é aprovado aqui no Brasil a Globo enlouquece. Vai fazer campanha para os militares assumirem o poder de novo e retomar os seus privilégios. Seria importante um projeto de Lei nesses moldes para que as Rádios Comunitárias no Brasil tenham maior espaço e menos criminalização. O movimento das rádios comunitárias continuará lutando, a exemplo, dos vizinhos lutadores do Uruguai que estão presenciando uma luta antiga se tornar realidade.

Marcelinho (Rádio Comunitária A Voz do Morro – www.avozdomorro.com).

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