segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Árvore em Fogo" no Morro Santana‏


Este último sábado a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela se apresentou na praça aqui pertinho da rádio.


Segue as fotos da atividade e o relato enviado por um dos companheiros.




Dia 9 de abril de 2011, a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA... reúne seus integrantes e materiais cênicos para apresentar o espetáculo de teatro de rua "Árvore em Fogo" no Morro Santana, dentro da programação do Terceiro Festival de Teatro de Rua de Porto Alegre.


Essa seria nossa primeira apresentação por aquelas bandas, portanto estávamos felizes com a oportunidade. Porém, estávamos preocupados com a chuva, que já havia prejudicado nossa apresentação no Centro Histórico na tarde anterior.

Ao chegarmos nas transversais da Protásio Alves, a galera avista, com alegria, um dos famosos muralismos da Muralha Rubro - Negra estampado em uma parede.


Chamo a atenção de que a rádio comunitária do Morro tem a sua sede ali por perto. Desembarcamos na Associação Comunitária, onde somos recepcionados por um menino que nos deu toda a atenção e cuidados que necessitávamos.

Preparamo-nos para a apresentação em uma sala cheia de brinquedos e com diversas cadeiras daquelas de faculdade que, mais tarde viríamos a saber, foram conseguidas através de uma ação direta na FAPA.


Sentíamos que o céu escurecia e, por isso, brincávamos de xingar São Pedro. Comemos alguns lanches nos comércios locais e nos dirigimos para o local da apresentação, que seria a Praça Tijuca.

Começamos a balbúrdia durante o pequeno trajeto para chamar a atenção do público, convocamos as mulheres no salão de beleza, arregimentamos a gurizada matando tempo na esquina.


Na praça, a criançada disputava uma pelada.

Negociamos com eles o local para a apresentação, fizemos as marcações necessárias e saímos em cortejo pelas ruas do bairro para divulgar a apresentação.

Ao retornarmos à praça, percebemos que alguns populares já lá se encontravam com suas cadeiras, também estava lá o fotógrafo do Festival e nossa companheirada da Resistência Popular.


Começamos a festa, fechamos a roda e estávamos perto da metade da apresentação, uma peça de poemas de Bertolt Brecht, quando aconteceu o inevitável. A chuva começa a cair e o público, com exceção dos poucos precavidos que haviam levado guarda-chuva, começam a debandar para protegeram-se do aguaceiro.


Sem muito o que poder fazer, puxamos a música de encerramento, um poema da peça "Os Dias da Comuna", e cantamos os versos "considerando que existem grandes mansões enquanto os senhores nos deixam sem teto" protegidos embaixo de uma lona preta.


Retornamos felizes, mas com a sensação de termos deixado uma ação incompleta. A todas as pessoas que, de alguma forma, participaram desse encontro, a Cambada agradece de coração e aguarda uma nova oportunidade de contar o final da história de Brecht e seu Beliner Ensemble, que é, também, a nossa história.




Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta FavelA...



(51) 91111083/ 84813554

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